quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Os Símbolos Ecológicos do Rio Grande do Sul

Árvore símbolo: Erva-mate
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A erva-mate (ilex paraguaiensis ilex-mate) é uma planta nativa do Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, e Paraguai.
     O uso de erva-mate remonta aos índios guaranis que habitavam este território. Segundo várias fontes históricas, inicialmente o mate era usado somente pelo feiticeiro ou pajé que recebia inspiração e proteção, atribuindo seu uso à Tupã (Deus do Trovão) que transmitia suas virtudes através dela.
     Para tomar mate, o guarani usava o porongo, fruto de uma planta rasteira. Esse porongo, depois de seco e cortado fornecia um recipiente, chamado em guarani caígua, isto é, caa (erva), i (água) e guá (recipiente). A água era servida através de um canudo de taquara chamado tacuápi: tacuá (cana oca), api (lisa ou alisada). Este canudo apresentava na base inferior um detalhado trançado de fibras, o bojo, impedindo que as partículas da folha (erva) fossem ingeridas; era o protótipo da bomba.
    A cambona ou chaleira era chamada itacuguá: i (água), tacu (quente) e guá (recipiente), recipiente para água quente, que era de cerâmica, onde colocavam água e esquentavam colocando pedrinhas retiradas do fogo.
Alguns historiadores atribuem a torrefação da erva-mate (barbaquá), aos jesuítas.
    O mate logo passou dos índios para os conquistadores, e daí para os mestiços, crioulos, negros, açorianos e colônias de imigrantes, atravessando o tempo como algo valiosíssimo, conservando suas caracteríticas e confirmando a tradição popular até nossos dias.
    O mate também simbolizou, ao longo dos séculos, a hospitalidade do gaúcho, que é uma das marcas tradicionais do nosso povo. 
Pássaro símbolo: Quero-quero
 
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     O quero-quero tem voz extremamente estridente. Adota, às vezes, a tática de pescar, semelhante a certas garças, espantando larvas de insetos e peixinhos ocultos na lama, mexendo rapidamente um pé. É comum em todo o folclore brasileiro, de Norte a Sul, participar de cantos, estórias, tradições. Também é cantado e citado em poemas regionais do Rio Grande do Sul.
  Rui Barbosa, em 1914, incluiu-o num discurso célebre pela vivacidade maliciosa e originalidade da sátira. Evocou a “figura imperatória do quero-quero, o chantecler dos potreiros. Este pássaro curioso, a que a natureza concedeu o penacho da garça real, o vôo do corvo e a laringe do gato, tem o dom de encher os descampados e sangas das macegas e canhadas com o grito estrídulo, rechinante, profundo, onde o gaúcho descobriu a fidelíssima onomatopéia que o batiza”.
  Ave tradicional dos campos gaúchos, com o chamativo de preto, branco e cinzento na plumagem, o penacho na cabeça com cauda branca e os olhos vermelhos. O quero-quero é facilmente encontrado em todas as estações do ano, em qualquer parte do Estado onde existe um pedaço pequeno de seu habitat preferido, o campo.
  Vive em casais e a fêmea normalmente põe de três a quatro ovos em campo aberto. O casal defende rigorosamente seu território de criação, com vôos rasantes, atacando os intrusos. Possui um esporão pontudo, ósseo, no encontro da asa e que pode ser usado para a sua defesa.
  Vê-lo cruzando no céu ou ouvi-lo cantando ao longe é como receber boas-vindas por estar no RS. Chamado de “Sentinela dos Pampas”, está sempre em alerta, noite e dia, dando sinais a grande distância de quem se aproxima.

Flor símbolo: Brinco-de-princesa 
     A família botânica das Onagráceas é originária da América Central, e no Rio Grande do Sul, ocorre nas regiões mais altas, no Noroeste do Estado.
     A indicação da Fuchsia regia como flor-símbolo, foi devido o seu aspecto de grande beleza, facilidade de cultivo e potencial paisagístico.
As flores “brincos-de-princesa”, em sua grande maioria, cultivadas como plantas ornamentais, são híbridas, e que se contam hoje aos milhares.
     Caracterizam-se por serem arbustos de folhas ovais ou lanceoladas (forma de lança), algo denteada (de bordos com entalhes perpendiculares a linha do comprimento), opostas, caules flexíveis, que lignificam ao passar do tempo. As flores são axilares isoladas, mas abundantes: cálice tubular dividido em quatro sépalas e corola com quatro pétalas de cores vermelho-arroxeadas, envolvendo a corola roxo-violeta.
     São cultivadas a pleno sol ou à meia-sombra, geralmente como plantas isolada, apoiado em grades, colunas e postes ou em vasos e jardineiras, como plantas pendentes. Destacam-se por se adaptar a climas frios e a tolerar geadas. As flores são muito visitadas por beija-flores.
     Multiplicam-se facilmente por estaquia, principalmente quando preparadas nos meses de verão e colocadas para o enraizamento dentro de estufas. Requerem solos com bom teor de matéria-orgânica.

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